Professor Pio de Abreu - Eles colaboraram, e sobretudo muito rapidamente conseguimos ter as perícias na mão, e quando olhámos para as perícias dissemos: - "não é possível! Não é possível que isto tenha acontecido. " Aliás, todo o relatório... não é possível que uma condenação destas pessoas, e que a prisão destas pessoas tenha sido possível com perícias destas. Não é possível, porque isto são perícias risíveis, incompetentes... escuso de repetir o que está escrito, e todos vimos isso. Mas, também é facto que nós não podíamos delegar essas perícias, nós tínhamos que as conter, porque na altura não se podiam saber os nomes

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Professor Pio de Abreu - Foi o Dr. Santos Costa, e isto acaba por ser praticamente da responsabilidade do Dr. Santos Costa, que tinha todos os "skill" toda a experiência nesta matéria e sabia como fazia as coisas, portanto ele fez como costuma fazer, mas devo dizer também que o relatório, está aquém das minhas expectativas, aliás o relatório até está repetido... eu talvez fizesse melhor.

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Dr. Ricardo Sá Fernandes - Portanto, a Dr.ª Margarida Barreto quando fez as avaliações que depois os senhores incorporaram no vosso relatório, ela não conhecia as perícias, ela conhecia era os testes.

Professor Pio de Abreu - Pois é isso, porque nós queríamos que fosse, que não conhecesse nada a não ser estas folhas de teste que aparecessem aqui no processo.

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Professor Pio de Abreu - Uma perícia que possa avaliar a credibilidade... bem, aí há a questão da credibilidade e da veracidade, mas de facto para poder minimamente avaliar a credibilidade do testemunho, ou seja a possível veracidade, tem que ser uma opinião nascente. Qualquer intervenção de outras pessoas, é inquinadora, é habitualmente inquinadora. E, quando se chega a uma quantidade destas de intervenções sobre os jovens, as pessoas dizem "é absolutamente impossível saber o que se passou"... e isso é dito por toda a gente.